São Paulo registrou quase 270 mortes por Covid-19 nas últimas 24 horas
Os bares da cidade de São Paulo ficaram cheios na tarde deste sábado (9) após a capital chegar a mais de 16 mil vidas perdidas para a Covid-19. O número de novas mortes registradas pela prefeitura e pelo estado de SP voltou ao patamar do ano passado. Mesmo assim a cidade continua na fase amarela do Plano São Paulo, que permite mais flexibilização.
Os novos indicadores do Plano São Paulo foram publicados neste sábado no Diário Oficial. Antes, para mudar da fase amarela para a verde era preciso ter no máximo 40 internações e cinco mortes para cada 100 mil habitantes. Agora, os limites são menores, com 30 internações e três óbitos para cada 100 mil moradores.
A cidade de de São Paulo está na fase amarela no mapa do Plano São Paulo. Bares e restaurantes podem funcionar até 20h, mas na tarde deste sábado estes estabelecimentos ficaram lotados na região da Vila Madalena e no Largo da Batata.
Capital registra 16.090 óbitos pela Covid-19
Poucos locais mediam as temperaturas dos clientes e tinha muita gente sem máscara. Essas aglomerações nas últimas semanas ajudaram a aumentar o número de vítimas da Covid-19.
Neste sábado (9), o estado de SP registrou a pior média móvel de mortes pela doença nos últimos quatro meses. Em sete dias, a cidade de São Paulo confirmou 57 mortes, em média. Este número mais que dobrou nos últimos 14 dias.
Capital continua na fase amarela do Plano SP
A taxa de isolamento social na cidade continua abaixo dos índices do começo da quarentena e foi maior nos feriados de Natal e Ano Novo, quando o estado ficou todo na fase vermelha. Mas agora está em 39%. Outros municípios da região Metropolitana, como Osasco e Guarulhos, também estão com as taxas bem abaixo do recomendado.
Mesmo com a piora nos indicadores da pandemia, o governo paulista flexibilizou o Plano São Paulo. Agora, as regiões que estiverem na fase laranja poderão tem os setores da economia funcionando com capacidade ampliada, menos o bares.
A associação de bares e restaurantes considera a medida um equívoco.
"A maioria, a grande maioria dos bares estava cumprindo os protocolos. Se as pessoas ficam a dois metros das outras, garçons usam máscara, se todo mundo tem a temperatura medida. Se existe aquele protocolo, aquela 'parafernália' para enfrentar o Covid, eu acho que os bares são sim muito seguros. Esses que estão seguindo os protocolos. Mas o governo acabou com todos. Porque falar que tem que fechar as oito horas. As pessoas começam a chegar. E com isso ele multiplicou as festas clandestinas, que é onde o Covid faz a festa como quem comparece", disse Percival Maricato, presidente da Abrasel.
Para o infectologista Márcio Sommer Bittencourt, do Hospital Universitário da USP, o afrouxamento das medidas vai inevitavelmente causar um número maior de vítimas nas próximas semanas.
"Não me surpreende que a gente uma hora vai chegar a 200 mortes no estado e a 50 na capital. Me parece uma consequência dessa mudança nas intervenções e redução de intensidade nas medidas de controle. Além disso tem um pouco de represamento de dados do fim do ano, agora a gente tá numa fase onde os dados são um pouco instáveis. Mas me parece que a gente tá deixando de fazer as medidas e se a gente deixar de fazer as medidas vai continuar aumentando", disse Bittencourt.