A forte seca e as recentes queimadas no Brasil estão pressionando a inflação dos alimentos, afetando especialmente produtos como açúcar, laranja e café. Especialistas alertam que, se a crise climática persistir, outros itens da cesta básica também poderão sofrer com aumentos de preços nos próximos meses.
Mercado vende frutas em São Paulo - Pedro Affonso - 28.ago.24De acordo com o economista Fábio Romão, da consultoria LCA, a inflação acumulada dos preços de alimentos no domicílio deve atingir 5,6% em 2024, um aumento em relação à previsão anterior de 4,5%. Esse ajuste já considera os impactos adversos das condições climáticas, mas há uma expectativa de alta adicional conforme a situação evolui.
Em São Paulo, onde a produção de cana-de-açúcar e laranja é significativa, os preços desses produtos já estão subindo. Recentemente, o preço da saca de açúcar cristal branco aumentou 2,7%, enquanto o valor da lima ácida taiti e da laranja-pera também subiu devido à oferta limitada e à alta demanda.
Apesar de os incêndios nas plantações de café na região da Mogiana Paulista não terem causado danos diretos significativos, a falta de umidade continua a impactar a produção, que está aquém das expectativas.
A preocupação se estende às próximas safras de soja e milho, essenciais para a indústria alimentícia e a criação de animais. A inflação dos alimentos costuma acelerar após o inverno, e o ritmo dessa aceleração dependerá das condições climáticas futuras.
Fonte: Folha de S.Paulo