"A inflação pega todo mundo, do estabelecimento ao consumidor", diz Paulo Solmucci, presidente executivo da Abrasel, ao Valor. Ele informa que a inflação do setor está em torno de 16%, acima da média acumulada de 12% nos últimos 12 meses. "Os estabelecimentos só conseguiram repassar 6,3% deste custo", afirma.
A inflação de alimentos e bebidas é citada como o principal entrave para 29% dos bares e restaurantes que registraram prejuízo em maio no Brasil.
Dos 1.689 estabelecimentos pesquisados pela Abrasel, entre os dias 21 e 28 de junho, 29% tiveram prejuízo, 36% ficaram em equilíbrio e 35% apresentaram lucro no mês de maio. Os percentuais ficaram estáveis em relação a abril, quando 28% fecharam o mês no vermelho e 35% em estabilidade, segundo a associação.
Entre os restaurantes e bares que enfrentam prejuízo, 75% citaram o aumento dos principais insumos (alimentos e bebidas) como o fator que contribuiu para o resultado negativo. Entre os outros principais fatores citados estão queda nas vendas (63%), redução no número de clientes (58%), dívidas com empréstimos bancários (54%) e dívidas com impostos (49%).
"A inflação pega todo mundo, do estabelecimento ao consumidor", diz Paulo Solmucci, presidente executivo da Abrasel, ao Valor. Ele informa que a inflação do setor está em torno de 16%, acima da média acumulada de 12% nos últimos 12 meses. "Os estabelecimentos só conseguiram repassar 6,3% deste custo", afirma.
Em maio, 45% dos bares e restaurantes pesquisados reajustaram os cardápios, mas abaixo da inflação oficial. Outros 29% não conseguiram fazer reajustes. Já 23% reajustaram somente para acompanhar a inflação e 3% aumentaram os preços acima da inflação.
Entre os pesquisados, 69% têm dívidas bancárias, sendo que 67% junto a linhas regulares dos bancos e 59% pelo Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe). Dos estabelecimentos que tomaram empréstimos de linhas regulares, 26% têm parcelas em atraso, contra 13% que estão em atraso com parcelas do Pronampe.
O pagamento de dívidas bancárias comprometeu 13,6% do custo mensal dos estabelecimentos, em média, e tem gerado atraso em impostos. "As empresas estão fechando a conta deixando de pagar impostos, o que gera uma bola de neve", alerta Solmucci.
Em maio, 83% dos bares e restaurantes pesquisados estavam em atraso com o pagamento do Simples Nacional, representando 42% dos estabelecimentos que se enquadram no Simples, sendo que 53% aderiram ao Programa de Reescalonamento do Pagamento de Débitos no Âmbito do Simples Nacional (Relp).
Fonte: Valor Investe
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