Quem enxergou a oportunidade que o Carnaval representa, e trabalhou em função disso, colherá os frutos desse esforço”, afirma Ricardo Rodrigues, presidente da Abrasel em Minas Gerais
Os bares, restaurantes, hotéis e outros estabelecimentos comerciais da capital mineira continuam em festa após o Carnaval. Durante os cinco dias de folia, quem atua no segmento alimentício comemorou alta estimada de 10% no faturamento, na comparação com o ano passado, e conseguiu atingir a projeção de crescimento feita pela Abrasel em Minas Gerais. Os hotéis atingiram taxa de ocupação média de 80% e também celebraram o resultado, conforme dados do Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de BH e Região Metropolitana.
A possibilidade de chuva chegou a deixar alguns empresários receosos, mas as casas criaram estratégias para atrair o folião e garantiram uma renda extra importante para o resto do ano. “Quem enxergou a oportunidade que o Carnaval representa, e trabalhou em função disso, colherá os frutos desse esforço”, afirma Ricardo Rodrigues, presidente da Abrasel em Minas.
Daniel Ribeiro, proprietário do bar Redentor, na Savassi, conseguiu faturar acima da média. Ele registrou um aumento de 20% em relação ao ano passado e recebeu cerca de 3.000 pessoas nos cinco dias de evento. “É um número muito bom, motivo para comemorar”, diz.
Para atrair tanta gente, o bar começou a se preparar bem antes, desenvolvendo pratos e drinks especiais, como os coquetéis a base de catuaba. Os gestores também contrataram quatro funcionários temporários e três seguranças particulares, que podem se dar bem mesmo com o fim do contrato.
“Estamos pensando em efetivar alguns deles, porque ficamos satisfeitos com o trabalho, e a expectativa para este ano é muito boa, o mercado está crescendo”, afirma Ribeiro. Diante do sucesso, ele já começou a se preparar para a folia do ano que vem. “Vamos organizar um bloco próprio, em parceria com outros comerciantes e moradores da região”, conta.
Já José Márcio Ferreira, proprietário do Barba Azul, localizado na avenida Getúlio Vargas, enfrentou burocracia para lucrar com a festa, mas conseguiu contornar. “Tivemos dificuldade para que a prefeitura autorizasse a colocação de cadeiras para os clientes e a contratação de uma banda, mas conseguimos resolver e acabou dando tudo certo”, diz ele, que comemorou o faturamento extra no Carnaval, apesar das intercorrências.
De sexta a terça-feira, o bar vendeu 4.000 pratos de feijão tropeiro e macarrão na chapa, por R$ 15 cada. Os espetinhos também tiveram boa saída: 2.000 unidades, a R$ 8 cada um.
Parceria
Para arcar com os custos de uma banda e garantir as marchinhas para a clientela durante toda a festa, o proprietário fez parceria com o bar vizinho, que dividiu os gastos. “Dá um jeito. Chama o vizinho para conversar, faz uma parceria, todo mundo sai ganhando”.
Provando que não há limites para a visão empreendedora, até mesmo os banheiros serviram como forma de lucrar na folia. No Maria das Tranças, unidade da Savassi, os sanitários ficaram disponíveis por R$ 3 e foram usados como estratégia para atrair o folião. “As pessoas entram para usar o banheiro e acaba comprando alguma coisa, ou compram só para usar”, afirma o presidente da Abrasel no estado, Ricardo Rodrigues, que também é proprietário do espaço.
Fonte: Hoje em Dia